Tem horas em que a alma se encolhe no meio da multidĂŁo.
Rostos por todos os lados, vozes, sorrisos, interaçÔesâŠ
mas por dentro, um silĂȘncio profundo.
Ă como se todo mundo tivesse recebido um mapa menos vocĂȘ.
E enquanto os outros parecem seguir firmes em suas trilhas,
vocĂȘ sĂł queria entender onde, afinal, Ă© o seu lugar.
Sentir-se deslocada nĂŁo Ă© falta de gratidĂŁo, nem drama.
Ă sĂł um jeito da sua essĂȘncia dizer:
"isso aqui nĂŁo tem mais a ver comigo."
Ăs vezes, o lugar estĂĄ cheio de gente, mas vazio de sentido.
VocĂȘ ri, mas sente o corpo cansado de fingir.
VocĂȘ escuta, mas tem vontade de gritar.
E tudo bem sentir isso.
NĂŁo significa que hĂĄ algo de errado com vocĂȘâŠ
Significa, talvezâŠ
Que sua alma estĂĄ crescendo â
e o espaço antigo ficou apertado.
A sensação de não pertencimento pode doer.
Mas também pode ser um chamado.
Um convite silencioso para começar a procurar,
nĂŁo um novo grupo, mas um novo centro dentro de vocĂȘ.
Talvez o pertencimento que vocĂȘ procura
nĂŁo esteja em uma sala cheia,
mas em um momento de paz com a prĂłpria companhia.
Pertencer, Ă s vezes, Ă© finalmente se autorizar
a caber no prĂłprio tempo, no prĂłprio ritmo, no prĂłprio sonho.
Ă quando vocĂȘ deixa de se encaixar no mundo â
para começar a se alinhar com ele.
VocĂȘ nĂŁo precisa se moldar para ser aceita.
Nem se silenciar para ser querida.
Seu lugar existe, e estĂĄ sendo preparado no tempo certo,
com os detalhes que sĂł fazem sentido pra vocĂȘ.
Enquanto isso, cultive espaços onde vocĂȘ possa ser inteira.
Mesmo que pequena.
Mesmo que em silĂȘncio.
Porque quando a gente se encontra, o mundo encontra a gente também.
Com afeto,
Yana